SAIBA MAIS SOBRE O PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ
O Parque Nacional do Caparaó é uma Unidade de Conservação Federal, criada em 24 de maio de 1961 pelo decreto federal nº 50.646, assinado então pelo presidente Jânio Quadros, cujo objetivo maior é proteger o terceiro pico mais alto do país, o Pico da Bandeira.
A Unidade Conservação é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada em 2007, pelo decreto presidência 11.516, com o objetivo de gerenciar as Unidade de Conservação Federais do País.
De acordo com a Lei 9.985/2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, o Parque Nacional do Caparaó é uma unidade de Proteção Integral, cujo objetivo básico é a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais. Seu objetivo de manejo é a preservação dos recursos naturais, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
HISTÓRIA
Duas razões estão na base da proteção da área do Parque. A primeira foi a existência de maciços de grande altitude e, dentre estes, especialmente o Pico da Bandeira, cuja altitude foi determinada por volta de 1911 (UFMG, s/data). Igualmente, ou até mesmo mais importante, a criação decorreu da importância ecológica da área que concentrava em pequeno espaço variadas e distintas formações vegetais. Esse fator foi a origem da primeira referência à proteção legal da área que ocorreu em 1922, após a visita ao local de uma missão de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Nessa mesma época, certa mobilização social para a proteção da área já existia, demonstrada pelas notícias veiculadas em jornais que falavam da necessidade de instituir uma reserva acima da cota dos 1.800m de altitude (UFMG, s/data).
Atual Portaria do Parque Nacional do Caparaó em Alto Caparaó-MG
Portaria do Parque Nacional do Caparaó em Alto Caparaó, quando ainda era IBDF, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal foi criado pelo decreto lei nº 289, de 28 de fevereiro de 1967. Era uma autarquia federal do governo brasileiro vinculada ao Ministério da Agricultura encarregado dos assuntos pertinentes e relativos a florestas e afins.
Contudo, o primeiro dispositivo legal de proteção na região do PARNA do Caparaó tardou a existir. Apenas em 20 de setembro de 1948, o Decreto Lei Estadual no 55, que criava a “Reserva Florestal do Pico da Bandeira”, foi estabelecido. Rapidamente, no mesmo ano da criação da reserva estadual, o então diretor do Parque Nacional da Serra dos Órgãos encaminhou parecer favorável à transformação da área em Parque Nacional. Da mesma forma, em 1953, a Câmara Municipal de Espera Feliz, Espírito Santo, dirigiu-se ao Presidente da República solicitando a criação do Parque. Vários pedidos foram feitos subseqüentemente, até que, em 1961, o presidente Jânio Quadros criaria o Parque Nacional do Caparaó (IBDF, 1981; Urban, 1998).
O Parque Nacional do Caparaó foi criado em 24 de maio de 1961 pelo decreto federal n.º 50.646, assinado pelo então Presidente da República Jânio Quadros.
Abriga o terceiro pico mais alto do país, o Pico da Bandeira. Por volta de 1859, D. Pedro II determinou que fosse colocada uma bandeira do Império no pico mais alto da Serra do Caparaó.
Acredita-se que a denominação “Pico da Bandeira” (2.892m) se deva a esse fato.
Hoje, grande parte dos visitantes que chegam ao parque vem atraídos não só pelas belezas naturais, mas também pela perspectiva de acessar o Pico da Bandeira, conhecer o ecossistema da Unidade, conhecer trabalhos desenvolvidos de Educação Ambiental, desenvolvimento das comunidades, entre outros . Aliás, as montanhas do maciço da Serra do Caparaó apresentam paisagens de grande beleza, existindo também outros picos importantes como o Pico do Cristal (2.770m) e o Pico do Calçado (2.849m).
ATRIBUTOS HISTÓRICOS
A região do Parque Nacional do Caparaó possui histórico muito rico que, de certa forma, reproduz os diferentes ciclos de “desenvolvimento” econômico do país e, mais particularmente, da associação destes com a destruição da Mata Atlântica. Este fator tem grande importância pois poderia ser melhor aproveitado tanto em atividades de interpretação no Parque, quanto em programas de educação ambiental.
A região que onde se encontra o Parque Nacional foi ocupada, em tempos remotos, por diferentes grupos indígenas. Encontravam-se aí Botocudos, Poris (ou Puris), numerosas tribos Tapuias e, posteriormente, os Tupis. Genericamente, a região abrigava grupos de caçadores-coletores que com sua resistência à colonização dos portugueses impediram, por certo tempo, a destruição da Mata Atlântica em várias regiões, sendo alvo de perseguição oficial e legalizada (Dean, 1996; Ribeiro, 1996).
O cultivo de café ocorre na região desde o século XVIII quando, com o fim da mineração nas Minas Gerais, o produto substituiu o ouro no processo de povoamento mineiro. A região da Zona da Mata Mineira, que incluía cidades como Carangola e Manhuaçu próximas ao Parque, tornou-se cafeicultora, atraindo a partir do final do século XIX imigrantes italianos, suíços, alemães, espanhóis e portugueses (UFMG, s/data). Porém, com o tempo, a terra foi sendo esgotada, a mão-de-obra foi escasseando, o café foi perdendo valor econômico e regiões mais férteis foram abertas ao seu cultivo. Com isso, a pecuária de leite sucedeu o café como atividade econômica predominante na região, até à volta do café em anos mais recentes, o qual predomina na época atual.
Outro fator importante na região foi a presença constante de tropeiros que carregavam mercadorias, notícias e, especialmente, o café para ser comercializado. Sendo a principal forma de transporte por muito tempo, o número de pessoas e animais envolvidos era muito grande, assim como sua influência na formação da cultura local (Dean, 1996).
A chegada do transporte ferroviário à região constitui outro fato marcante. Por volta de 1913, a “The Leopoldine Railway” chegou para transportar produtos agrícolas e madeiras nobres como o cedro (UFMG, s/data). Além da destruição causada pela comercialização da madeira, os trens utilizavam locomotivas a vapor que se abasteciam de carvão vegetal proveniente das florestas locais. Atualmente, a estrada de ferro encontra-se desativada e seu leito substituído por estradas de rodagem, restando apenas alguns trechos e construções associadas, algumas das quais de valor turístico (MMA, 1997).
A região do Caparaó e, nesse caso, as próprias terras do Parque Nacional, está ligada também à história mais recente do país, mais especificamente àquela das guerrilhas oposicionistas ao governo militar. Por volta de 1966, um grupo reuniu-se no alto da Serra do Caparaó com o objetivo de derrubar o governo militar, movimento no entanto abortado pelo governo e os envolvidos presos (Anônimo, 1992).
QUANDO IR
O Parque Nacional do Caparaó está aberto ao público para visitação durante todo o ano, das 9h00min às 15h00min todos os dias, exceto às quartas feiras em que fecha para manutenção.
IMPORTANTE: NÃO É PERMITIDA A ENTRADA PARA ACAMPAMENTOS (pernoites no interior do Parque) sem que haja RESERVA OU INFORME prévia solicitada através do site, devidamente CONFIRMADA pelo setor de reservas do PNC.
FONTE: ICMBio
Confira algumas imagens históricas que contam parte da história do Parque Nacional do Caparaó!!